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Mistérios de Lost não respondidos

Tom Boca de Cantor 4 de abril de 1985
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Em 22 de setembro de 2004, Lost estreou na TV americana. Um seriado sobre pessoas que sofrem um acidente de avião e caem em uma ilha, nada de novo & mas apenas aparentemente. Em seis temporadas, as histórias em torno dos passageiros do voo 815 da Oceanic Airlines mobilizaram uma legião de fãs apaixonados. Com uma trama recheada de acontecimentos insólitos & dos inicialmente comentados ursos polares em uma ilha tropical às recentes viagens no tempo & e narrativa dinâmica, Lost envolve o espectador, que quer sempre saber o que acontece depois.

Depois de cinco anos no ar, resistindo a quedas de audiência e greve de roteiristas, o seriado chega ao tão esperado fim: a última temporada significava para os entusiastas uma chance de se verem respondidas todas as questões que surgiram nos episódios anteriores. O que é a Ilha? O que é o monstro de fumaça? O fato é que a Ilha & que, é, sim, um personagem e muito ativo na trama & não quer que você saiba tudo. Chegar ao fim sem saber direito o que aconteceu pode significar frustração para alguns, mas uma satisfação para outros.

"Está todo mundo decepcionado. O final é bem aberto, se decepciona quem quer``, declara o publicitário Richarley Menescal, 30, que baixou o episódio The End da Internet no último domingo, quando foi ao ar pela americana ABC. ``A princípio, eu fiquei um pouco confuso, mas depois consegui refletir bem. Acho que terminou na hora certa e da maneira certa. É uma história de redenção e, no fim, os principais personagens conquistaram isso. Por isso mesmo, eu não me incomodo por algumas perguntas não terem sido respondidas. O mais importante era o destino dos -losties- mesmo``, comenta.

A opinião de Richarley é compartilhada pelo designer gráfico Alexandre Vidal, 33. Com boa conexão de Internet, conseguiu assistir pelo site, ao vivo, no domingo à noite. ``Foi além do que eu estava esperando. A gente discutia sempre no trabalho, tinha teorias. Algumas a gente conseguiu acertar, outras não. No geral, foi um pouco do que a gente imaginava, mas foi além, adicionando uma camada de humanidade e explorando a questão de que não era uma história de ficção científica, mas de personagens. Foi muito bonito``, discorre Alexandre. Para ele, os mistérios não eram a discussão principal em Lost. Eles ajudavam a conduzir a história. ``Eles deixaram muitas pontas soltas, mas não tinham a obrigação de amarrar tudo. Se fossem explicar, ia ser muito didático e chato. Estou extremamente satisfeito``, finaliza.

O estudante de Ciências Sociais Igor Camelo, 23, concorda que esse foco nos personagens tenha sido uma boa saída, mas se posiciona contra a opinião de que os mistérios eram acessórios em Lost. ``Lost foi a melhor série de televisão que já assisti. Mesmo admitindo os erros, as inconstâncias, o ritmo incoerente da última temporada, foi diferente de tudo que a gente tinha visto até então. Foi um desfecho à altura desses personagens, poético e comovente. Mas quanto ao enredo, deixou muito a desejar``, introduz.

"Muitas perguntas, não uma ou duas, mas várias, ficaram sem resposta. Mistérios tidos como centrais para a série acabaram perdendo foco na última temporada. No fim, a série deixou uma sensação de improviso, de algo que precisou ser concluído e não tinha um planejamento que desse conta de tudo. O twist do último episódio foi decepcionante e nos fez sentir bobos, por acompanhar achando que fazia alguma importância pra trama principal, e por ser um grande clichê. Foi desnecessário``, afirma categórico. ``O pessoal que fica buscando resposta insistentemente para tudo deveria ver documentários. Lost é ficção``, rebate o webdesigner Adriano Macêdo, 39.

Nem todos os lostmaníacos, no entanto, conferiram o último episódio no domingo ou na segunda-feira. Há ainda quem acompanhe a série pela TV, como o designer gráfico Eduardo Vasconcelos, 22. No domingo, enquanto muitos esperavam pela transmissão americana e a rápida chegada pirataria do capítulo para a Internet, ele acompanhava a maratona Lost no canal a cabo AXN. ``A maratona foi com os quatro últimos episódios da série antes do season finale (o último episódio, com o dobro da duração normal). Estou louco para ver o final, mas a diferença é tão curta entre a Internet e a televisão que vale a pena esperar e prestigiar a emissora``, comenta.

Para quem ainda não conferiu o final de Lost & ou quer reviver as últimas emoções & o AXN transmite hoje, a partir das 20 horas, um especial de quatro horas de duração: começa com o Especial Recap, com o resumo em duas horas dos principais acontecimentos das seis temporadas da série, e, a partir das 22 horas, o episódio final.


O FIM

- Em The End, que teve 2h30min de duração, a narrativa alternou cenas entre a realidade na ilha e a realidade paralela. Em uma cena-chave, Jack e um falso Locke, criado pelo monstro de fumaça, travam uma briga fatal para o monstro.

- Desmond, que, durante toda a série teve papel fundamental, continua sendo importante para o desfecho: na ilha, ele entra na caverna de luz e altera sua configuração. Na realidade paralela, ele fez com que os personagens recuperassem a consciência de que viveram uma outra vida na ilha.

- Reencontros marcam o episódio: Shannon revê Sayid, Charlie cruza com Claire, Juliet lembra-se de Sawyer.

- Parte dos sobreviventes que estavam na ilha conseguem fugir em um avião: Kate, Miles, Lapidus, Sawyer e Claire.

- Hurley é coroado o novo protetor da ilha por Jack. Eles, Ben e Desmond ficam na ilha.

- Ben tenta se redimir nas duas realidades. Na paralela, reencontra John Locke, a quem pede desculpas. Na ilha, aceita o papel de conselheiro de Hurley.

- No melhor estilo novela, as últimas cenas trazem um final feliz, com casais em uma igreja se abraçando felizes. Jack e Kate ficam juntos.

- No fim, Jack aparece morto, em uma cena que faz referência ao momento que inaugurou a série: Jack fecha o olho e morre no meio do bambuzal.

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